Fóssil de chuva?!
O que contam as marcas deixadas por gotas d’água
que caíram do céu há bilhões de anos
Notícias -
09-04-2012
De fóssil
de dinossauro, mamute e planta pré-histórica você já pode ter ouvido falar. Mas
já viu por aí algum fóssil de gota de chuva? Pois vamos esclarecer esse
assunto!
Chuvas
que aconteceram há milhões de anos deixaram suas marcas em rochas e podem,
hoje, oferecer pistas preciosas sobre como a Terra era no passado. Porém, o
termo “fóssil” não é o mais apropriado para descrever essas marcas, já que elas
têm origem orgânica, como os fósseis de animais e vegetais.
As marcas
deixadas pelas gotas de chuva podem dizer muito sobre o passado do nosso
planeta e até ajudar na busca por vida fora da Terra (Foto: Wlady Altermann /
Universidade de Pretoria)
De
qualquer forma, essas marcas têm muita história para contar! E vamos começar
contando como elas ficam gravadas para a posteridade…
“Para que
as gotas de chuva pudessem se preservar, precisam ter caído em um sedimento
mais fino, como as argilas”, explica o geólogo Ismar de Souza Carvalho, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Não é em
qualquer argila, porém, que a chuva deixa marcas. Para que o registro fique, a
argila não pode ser nem muito mole e nem muito dura. A chuva, por sua vez, não
pode ser intensa demais, pois transformaria a argila em lama, acabando com as
marcas das gotas.
Quando
preservados, esses “fósseis” de gotas de chuva podem dizer muito sobre o
passado do planeta. O pesquisador Sanjoy Som, da Universidade de Washington,
nos Estados Unidos, por exemplo, encontrou pistas sobre como era a atmosfera há
bilhões de anos.
“Até
então, a medição mais antiga da pressão do ar era de 1644, quando Evangelista
Torricelli inventou o barômetro. Já com os fósseis de gotas de chuva, pudemos
cacular qual era a pressão do ar 2,7 bilhões de anos atrás”, conta o cientista.
Ele
explica, também, que as gotas de chuva caídas aqui na Terra podem ajudar a
encontrar vida fora do nosso planeta. “Conhecer outra composição do ar de um
planeta habitável, diferente da que nós temos hoje, irá ajudar os cientistas na
busca por outros planetas habitáveis fora do nosso sistema solar”, diz.
Fernanda
Turino, repórter da CHC impressa e online
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