Rio+20 chega às escolas
Estimuladas
pela iminência do encontro sobre desenvolvimento sustentável, instituições de
ensino da rede pública buscam meios teóricos e práticos para aumentar o espaço
para discussão ambiental em sala de aula e integrar a comunidade externa ao
debate.
Por:
Gabriela Reznik
Publicado
em 23/03/2012 | Atualizado em 23/03/2012
Lixo
despejado ao lado de uma escola em Duque de Caxias (RJ). Professores da rede
pública ressaltam a dificuldade de se fazer um trabalho de educação ambiental
que integre as comunidades do entorno das escolas. (foto: Carlos Ars/ Flickr –
CC BY-NC-SA 2.0)
A
coordenadora pedagógica Solange Lacorte investe na abordagem de questões
ambientais desde 2009 na escola municipal em que trabalha. Em outra escola
pública, o coordenador pedagógico Fabrício Macedo planeja ações de
conscientização acerca do lixo gerado dentro e fora da escola para 2012. As
duas iniciativas são exemplos de inserção da discussão ambiental no âmbito
escolar.
Em ano de
Rio+20,
a preocupação com meio ambiente, saúde e inclusão social ganha mais força nas
escolas. Com o objetivo de trabalhar essas temáticas em sala de aula, os
professores buscam dialogar entre si, trocar experiências e incorporar maior
reflexão teórica sobre o assunto.
Essa
demanda ficou evidente no debate ocorrido na semana passada (12/03) durante a
palestra ‘Saúde, ambiente e sustentabilidade: perspectivas para a Rio+20’.
Promovida pelo Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a palestra
foi a primeira dos ’Encontros de educação, ciências e
saúde’, que acontecerão mensalmente até o fim do ano.
A questão
social se coloca como um entrave ao debate ambiental dentro das escolas
públicas
Nas
perguntas levantadas pela plateia – formada, em sua maioria, por coordenadores
pedagógicos da 4ª Coordenadoria Regional de Ensino (CRE) do Rio de Janeiro –
foi possível perceber que a questão social se coloca como um entrave ao debate
ambiental dentro das escolas públicas.
Como o
professor pode se apropriar de questões ambientais na prática de ensino se o
ambiente escolar não oferece condições adequadas de trabalho nem proporciona
bem-estar aos alunos? Como trabalhar em conjunto com as comunidades que vivem
no entorno da escola?
Uma
iniciativa que serve como exemplo para superar esses obstáculos teve início há
três anos, quando Solange Lacorte inseriu, no projeto político pedagógico da
Escola Municipal Professora Maria de Cerqueira e Silva, no Rio de Janeiro, a
interação com a comunidade de Manguinhos como meta para o corpo docente. “Em
2009, reuni os professores e fizemos um passeio para conhecer a comunidade”,
contou a coordenadora. “Foi impactante. Uma das professoras nos disse que
finalmente entendeu por que o caderno de um aluno vivia cheio de barro.”
Outra
questão levantada no debate diz respeito ao espaço de participação para alunos
e professores na Rio+20. Uma das sugestões apresentadas foi a preparação de
atividades que possam ser levadas à Cúpula dos Povos, evento
paralelo à Rio+20 organizado pela sociedade civil e que terá participação
aberta do público.
Dos governantes aos alunos
Ministrante
da palestra, o psicólogo Francisco Netto, assessor da Vice-Presidência de
Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, acentuou a importância da
atuação dos professores nas esferas locais e em problemas concretos. Segundo
ele, “tudo começa com cooperação, diálogo e ações coletivas”.
Ao discutir a inserção da saúde
ambiental na Rio+20, o palestrante Francisco Netto enfatizou a importância da
troca de experiências entre docentes para lidar com questões socioambientais
nas escolas. (foto: Luanda Lima)
“Acredito
que a Rio+20 seja um grande pretexto para mobilizarmos a sociedade e fazer com
que importantes questões apareçam”, enfatizou Netto. “O que nós vemos é a
vontade dos professores de traduzir esses temas e trazê-los para dentro das
escolas.”
Netto
integra o grupo de trabalho sobre saúde na Rio+20, que, em parceria com o
Ministério da Saúde, está construindo um documento base sobre o tema
para o evento. Nele, serão incluídas as dimensões sociais da saúde – em
consonância com a Política Nacional de Saúde Ambiental
– e informações sobre como o setor poderá contribuir para a economia verde, assunto prioritário na
conferência.
O
assessor acredita na importância da conexão entre os níveis
político-governamental – que prevalece na Rio+20 – e educacional, com vistas à
formação básica dos alunos. “É interessante que a gente saia de um diálogo institucional
e incentive a discussão entre outros setores, que têm historicamente um déficit
de informação, em prol de uma educação com maior densidade.”
Gabriela Reznik
Especial para Ciência Hoje On-line
Gabriela Reznik
Especial para Ciência Hoje On-line
Parabéns pelo Blogger Lígia, és uma pessoa com um potencial enorme e que só precisava aprender a usar a ferramenta da internet para ampliar seu conhecimento e ensinar inúmeras pessoas pela rede. Essa é mais uma prova de gratidão por todo conhecimento que nos proporciona a cada dia e agora pela internet. Obrigado e Parabéns!!!
ResponderExcluirKelvin